quarta-feira, 22 de abril de 2009

SAÚDE E EDUCAÇÃO SEXUAL


Questão norteadora 3
Em que situações pedagógicas os Temas Transversais potencializam interações criando novos espaços de aprendizagem nas aulas de Educação Física Escolar?

Para responder essa questão norteadora chave, exemplificarei através de algumas matérias relacionadas ao tema Saúde e Educação Sexual, começando inicialmente com a temática de Saúde relacionada ao movimentar-se, a atividade física e seus benefícios. Em seguida trato da questão de gênero relacionado ao tema de Educação Sexual, devido principalmente, a atenção que o professor de educação física deve ter com a diferença de gênero em suas aulas, tão bem debatidas no ambiente acadêmico porém não muito evidente dentro do contexto escolar.

Matéria obtida do site http://www.rainhadapaz.com.br/ensino/medio/edfisica.htm.

Este site foi criado pelo colégio Rainha da Paz onde dentro das disciplinas normativas e obrigatórias no ensino médio criou a cadeira de Educação Física e Saúde, explorando o contexto atual da educação física no que diz respeito à atividade física e os benefícios para a saúde, englobando um dos temas transversais para educação chave como a Saúde e a Educação Sexual.


EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE



Nos últimos anos, a pesquisa tem demonstrado que uma boa parte da falta de saúde é causada diretamente pela falta de atividade física . A tomada de consciência desse fato, acompanhada de um conhecimento mais completo a respeito de cuidados para com a saúde, está modificando os estilos de vida. O entusiasmo atual pelo movimento não é modismo. Sabemos agora que o único meio de prevenir os males da inatividade é permanecer ativo – não durante um mês, nem um ano, mas a vida toda.
Nossos ancestrais não sofriam dos problemas que se seguem a uma vida sedentária; eles precisavam trabalhar para sobreviver. Permaneciam fortes e saudáveis devido a atividades vigorosas e constantes (ao ar livre): cortando lenha, cavando, cultivando o solo, plantando, caçando, além de todas as demais tarefas diárias. Porém , face ao advento da Revolução Industrial, as máquinas passaram a realizar o trabalho que era feito a mão. À medida que as pessoas passaram a ser menos ativas, começaram a perder força e também o movimento natural.

É evidente que as máquinas tornaram a vida mais fácil, mas elas também criaram sérios problemas. Em vez de andarmos, dirigimos; em vez de subirmos escadas, usamos elevadores; enquanto antigamente estávamos quase o tempo todo em atividade, hoje gastamos a maior parte de nossas vidas sentados. Na ausência de exercícios físicos diários, nossos corpos tornaram-se depósitos de tensões acumuladas. Na ausência de canais naturais de saída para nossas tensões, nossos músculos tornam-se fracos e tensos, e perdemos o contato com nossa natureza física, com as energias vitais.

Necessidades e obrigações tornaram nossas vidas tão agitadas que esquecemos de tomar nossas refeições calmamente e selecioná-las de acordo com as necessidades e características individuais. A quantidade de horas dormidas que podem determinar a qualidade e o rendimento do nosso trabalho somadas às necessidades de ordem psicológicas como a auto-estima, a pertinência, o reconhecimento e o respeito dos semelhantes, o sentir-se útil, e os valores de ordem social como a solidariedade, a cooperação, o respeito, a amizade, também já se tornaram quase esquecidas ou tão sem importância a ponto de lembrar a Organização Mundial de Saúde (OMS) que caracteriza "estado de saúde" como sendo o conjunto bio-psico-social.

Considerando-se que a vida sem atividade física pode ser igualmente vivida sem educação, sem saúde, sem alimentação adequada e sem assistência médica/odontológica, acreditamos poder, através da atividade física e saúde tornar nossos alunos, autônomos, no sentido de organizarem suas próprias vidas e acrescentar a ela mais anos, ou acrescentarem a ela mais anos ou, aos anos, mais vida.

O curso de Educação Física e Saúde espera que, no decorrer dos três anos do ensino médio, os alunos tenham encontrado, através das modalidades esportivas, as respostas a seus anseios, expectativas e necessidades de movimento. Pretendemos, com isso, oferecer algo motivante, como a prática de modalidades esportivas, sem, no entanto, esquecer a importância do desenvolvimento das capacidades e habilidades físicas próprias à faixa etária em que se encontram. Lembramos que o equilíbrio no que diz respeito ao desenvolvimento de capacidades tais como: força, velocidade, resistência, coordenação motora, flexibilidade etc... vão determinar o crescimento harmônico dos sistemas ósseo, muscular e nervoso, e que somente essa harmonia poderá propiciar condições de uma performance geral na prática de modalidades esportivas. Por sua vez, facilitará o equilíbrio emocional, a integração social e as condições para que o organismo acumule reservas para responder às solicitações de sobrecargas exigidas durante as práticas esportivas.
O controle destas qualidades será feito através de testes ergométricos e testes de habilidades objetivos, realizados em cada unidade, possibilitando a detecção de fatores que estejam interferindo negativamente com indicação de eventuais encaminhamentos específicos.
A estrutura das atividades no curso de Educação Física e Saúde compõe-se basicamente de testes, textos e discussões, atividades físico-formativas, recreativas, posturais e atividades desportivas.





Conclusões

A matéria do colégio chamou-me a atenção por demonstrar que os professores de educação física desta escola estão preocupados em discutir com os alunos o contexto físico e ativo da população, levando pesquisas, matérias que sirvam para discutir dentro do ambiente escolar o papel não só da educação física mas que os alunos devem ter, utilizando também do esporte no que diz respeito a manter uma vida saudável e estilo de vida ativo. É desta forma que nós profissionais de educação física devemos criar uma cultura não só esportiva, mas fomentar hábitos de vida saudáveis, utilizando também os temas transversais como recursos pedagógicos, dentro das aulas, nos esportes coletivos, nas brincadeiras recreacionais, como o que a escola e os professores nessa matéria têm desenvolvido, a fim de conscientizá-los da importância da atividade física, seja qual for, para a saúde.



Diferença entre sexos não melhora
Questões de Gênero e Orientação Sexual

Tribuna da Imprensa
Qui, 13 de novembro de 2008 15:23

A diferença entre homens e mulheres na sociedade brasileira ficou praticamente inalterada no último ano, o que deixa o País com um dos piores resultados da América Latina. É o que mostra o relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado ontem. Ao comparar as condições entre os dois sexos em 130 países, que representam 92% da população mundial, o Global Gender Gap Report 2008 colocou o Brasil em 73º lugar, posição semelhante à ocupada no ano passado (74º). A entidade analisou quatro critérios: participação econômica e oportunidades, acesso à educação, saúde e poder político. O principal destaque é o fato do Brasil aparecer como uma das 24 nações que conseguiram acabar com a diferença entre homens e mulheres na área da educação e uma das 36 que eliminaram o intervalo na saúde. Conforme o Fórum, também houve pequenos avanços na presença da mulher brasileira na força de trabalho e nos ganhos salariais, avaliados no quesito participação econômica. No entanto, o País perdeu muitas posições no critério de poder político, pela fatia reduzida do sexo feminino no Congresso e em cargos ministeriais. O resultado coloca o Brasil entre os últimos lugares da América Latina e Caribe, atrás de Trinidad e Tobago (19), Argentina (24), Cuba (25), Barbados (26), Costa Rica (32), Panamá (34), Equador (35), Jamaica (44), Honduras (47), Peru (48), Colômbia (50), Uruguai (54), Venezuela (59), Chile (65) e Nicarágua (71). A região conseguiu destaque no relatório deste ano ao agrupar 18 das 36 nações que eliminaram a diferença entre homens e mulheres na área de saúde, além de registrar seis dos 24 países que acabaram com o intervalo na educação.

Nenhum país zerou diferença entre sexos


Nenhum dos 130 países analisados pelo Fórum Econômico Mundial conseguiu zerar a diferença entre homens e mulheres na sociedade. No entanto, mais de dois terços melhoraram seus indicadores, conforme o Global Gender Gap Report 2008, divulgado ontem. Para a entidade, o resultado indica que "o mundo em geral fez progressos na direção da eqüidade entre homens e mulheres". O levantamento mostrou que o avanço foi obtido principalmente nas áreas de educação, participação econômica e poder político. Já no segmento de saúde, a diferença entre os sexos aumentou. Os quatro primeiros colocados - Noruega, Finlândia, Suécia e Islândia - conseguiram fechar em cerca de 80% o intervalo entre os gêneros. Os países nórdicos ocupam, portanto, a liderança do levantamento. Nova Zelândia, Filipinas, Dinamarca, Irlanda, Holanda e Letônia completam, pela ordem, a lista dos dez primeiros. Já no Iêmen, que ficou em último lugar, apenas 47% das diferenças foram eliminadas. Países como a Alemanha (11), Reino Unido (13) e Espanha (17) perderam posições, mas continuam entre os vinte primeiros. Os Estados Unidos ocupam a 27ª colocação. "Uma melhor representação das mulheres em posições de liderança em governos e instituições financeiras é vital não apenas para encontrar soluções para a atual turbulência financeira, mas também para prevenir novas crises no futuro", diz Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, em comunicado.

Fonte: Tribuna da Imprensa, 13/11/2008


Diante do exposto pelas duas matérias retiradas do site socialismo e liberdade, que aborda temas como a orientação sexual e questões ligadas a gênero, faço uma análise dessas matérias em conjunto com um artigo publicado na revista Refeld com o título: A QUESTION OF GENDER IN THE LESSONS OF PHYSICAL EDUCATION, A questão de Gênero nas Aulas de Educação Física, que aborda esse tema, e discute o papel do professor de educação física quando diante dessa aparente desigualdade de gênero o que deve fazer e como o professor deve enfrentar essa questão nas suas aulas. O artigo é uma pesquisa de campo onde os autores aplicaram questionários, com perguntas abertas e fechadas a fim de verificar se dentro das aulas por eles observadas existe alguma relação de gênero, e quando há diferença, qual é a atitude do professor. A seguir o resumo do Artigo e o link para acesso:


A questão de Gênero nas Aulas de Educação Física
(Campos, A.F; Cocate, P.G.; et al., 2008)

http://www.refeld.com.br/pdf/03.11.08/genero_educacaofisica.pdf

Resumo

Atualmente, vivemos em uma sociedade marcada por exclusões, dentre as quais destaca-se a questão de gênero. Nas aulas de educação física (EF), presenciamos essa divisão de forma nítida, quando professores reforçam padrões discriminatórios de comportamento em seu discurso. O objetivo desse estudo foi analisar a relação de gênero nas aulas de EF e a real atuação do professor diante desse problema. Nesse trabalho foram realizadas observações de 15 aulas de EF além da aplicação de um questionário para 100 alunos do ensino fundamental, de uma escola pública do interior de Minas Gerais. Verificou-se que a grande maioria dos alunos, disseram que meninos e meninas fazem as aulas de EF juntas, não havendo separação entre eles. Porém observou-se pouca interação entre os alunos no decorrer das aulas, havendo nítida separação entre os gêneros na maioria das atividades. Constatou-se também que, meninos e meninas consideram ter direitos iguais nas aulas, compartilhando o mesmo espaço e interrelacionando de maneira harmônica nas atividades. Entretanto, ao observar as aulas, verificou-se contradição nas respostas dos alunos. Conclui-se que grande parte das aulas de EF é dividida entre meninos e meninas e que esta atitude de divisão sexista é reforçada pelas atividades propostas pelo professor.

Palavras Chave: Gênero, Educação Física



Lendo as matérias e juntamente o artigo, pude concluir que a questão global de gênero, como a dificuldade das mulheres ainda de terem os mesmos direitos que os homens, as mesmas oportunidades de emprego, participação econômica igualitária, acesso à educação, saúde e poder político, relaciono essas questões com a questão de gênero na escola bem discutido pelo artigo que citei, avalio que toda essa problemática repercute no contexto escolar. A diferença de gênero começa quando nós professores dividimos nossas turmas, onde meninos e meninas ficam separados e não realizam atividades em conjunto, assim o professor deve modificar as suas aulas e para que seja possível integrá-los, proporcionando atividades em que ambos possam realizar em grupo as tarefas, as aulas devem ser criativas para que também não aja resistência por parte deles, dessa maneira é possível que ocorra uma maior interação e motivação para a participação de todos nas aulas. Desta forma utilizo uma das conclusões do artigo

"A persistência de uma educação física que reflete sobre suas práticas e que se desresponsabiliza pela formação de seus alunos e alunas, acaba através de seu silêncio, colaborando para a formação dos estereótipos de homem e mulher, mantendo assim, uma postura supostamente neutra ajudando na formação de uma consciência coletiva de que ser homem e ser mulher atenda a determinação padrões e conduta. Cabe então repensar o papel desse conteúdo escolar, buscando novas formas de ensino e novas relações sociais."

Por fim Acredito que os temas transversais contribuem para uma melhor instrumentalização teórica e prática dos professores, em diferentes situações pedagógicas como a conscientização de que um "estilo de vida" saudável, pode contribuir para a saúde dos indivíduos de uma forma efetiva, e que questões como o gênero podem potencializar interações e criar espaços de aprendizagem dentro das aulas de educação física para a discussão e debate de idéias.
TEMA SAÚDE E EDUCAÇÃO SEXUAL
Acadêmico: Jessié Martins Gutierres

Um comentário:

  1. ADOREII o site com tudo q eu prcisava minha pesquisa vai ficar completa!!!!
    mto obrigado!!!

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