segunda-feira, 20 de abril de 2009

Meio Ambiente

http://www.efdeportes.com/efd100/ma.htm

Temas e possibilidades de trabalho em aulas de Educação Física

Meio ambiente, temperatura e aulas de Educação Física

A análise da incidência de sol e chuva em quadras externas e as soluções para a diminuição das interferências negativas dos fatores climáticos nas aulas poderiam configurar-se em um projeto de trabalho. Alguns encaminhamentos seriam, no caso da incidência de sol, os plantios de árvores que deve levar em consideração o tempo de crescimento, o posicionamento, o tipo de árvore e de copa, as correções no solo para melhor germinação, o espaçamento entre as árvores como também a construção de uma cobertura artificial.
Poderia ser avaliado o material a ser utilizado, o impacto ambiental gerado para a construção da cobertura, produção da matéria-prima a ser utilizada, a disponibilidade de recursos financeiros, a forma de captação... A partir da problematização de um fato relacionado à aula de educação física, estaríamos mobilizando uma série de conhecimentos (conceituais, procedimentais e atitudinais) que poderiam ser extremamente úteis ao cotidiano dos alunos, sobretudo pelo fato de estimular a vivência social cidadã.

Educação Física, Lazer e Meio Ambiente

Outro grande tópico apresentado pelo tema transversal meio ambiente propõe-se analisar as diversas maneiras de relacionamento entre a sociedade e o meio ambiente. Uma interface promissora dentro dessa temática relaciona-se às reflexões sobre a extinção ou privatização dos espaços públicos destinados as atividades de lazer e recreação. Entender as razões históricas e estruturais responsáveis pela apropriação dos espaços públicos de lazer e buscar alternativas para assegurar condições mínimas de segurança e adequação bem como estratégias para a ampliação da oferta dos espaços por parte dos órgãos públicos caracterizam-se como uma ação pedagógica significativa.
A efetivação da cidadania pela Educação Física, passa pelas discussões envolvendo o lazer e a disponibilidade de espaços públicos para as práticas da cultura corporal de movimento. Essas são necessidades essenciais ao homem contemporâneo e, por isso, direitos do cidadão. Os alunos podem compreender que os esportes e as demais atividades corporais não devem ser apenas privilégio dos esportistas profissionais ou das pessoas em condições de pagar academias ou clubes. Dar valor a essas atividades e reivindicar acesso a centros esportivos e de lazer e programas de praticas corporais dirigidos à população em geral pode ser incentivado a partir dos conhecimentos adquiridos nas aulas de Educação Física.

Espaços disponíveis para as aulas de Educação Física

A problemática da inadequação do espaço físico para a prática de atividades corporais também pode ser identificada no interior das escolas, especialmente das públicas.
Um caminho possível é o envolvimento da comunidade local, visto que a escassez de espaços públicos para o lazer e para o esporte coloca-se como uma realidade com desdobramentos sociais que merecem ser analisados. Seria ingênuo acreditar que a simples construção de uma quadra ou equipamento lúdico/esportivo qualquer traria soluções para os problemas estruturais da sociedade. Cabe aos envolvidos com a escola refletir e procurar soluções para a diminuição ou, mesmo, extinção dessa problemática.
A depredação dos prédios escolares também tem sido motivo de grandes preocupações para todos. A recuperação dos espaços, muitas vezes, torna-se mais difícil do que a construção de novo equipamento. Refletir sobre essas questões, bem como desenvolver atitudes de preservação e conservação, configura-se como mais uma possibilidade que pode ser trabalhada nas aulas de Educação Física.

Saúde e Meio Ambiente

A interface entre a saúde e o meio ambiente abre significativas possibilidades pedagógicas em aulas de Educação Física e pode ser abordada como uma temática social. O entendimento de saúde deve estar vinculado a uma política pública, direcionada a toda a população e não a uma elite, a intervenção não esteja restrita a uma única ação (praticar atividade física), esquecendo os fatores sociais, econômicos, culturais, educacionais, etc.
A concepção de saúde deve envolver a complexidade das relações entre o indivíduo e o meio ambiente, considerando as desigualdades sociais, fruto da má distribuição de renda. Palma (2001) aponta:
"a pobreza, a saúde e a educação, assim, se inter-relacionam numa rede de interações, onde os baixos salários, a má educação, a dieta pobre, a habitação e as condições de higiene insalubres e o vestuário inadequado se influenciam mutuamente". (p.30).
Os PCNs da Educação Física pretendem assegurar a autonomia necessária para os alunos agirem criticamente sobre os programas de saúde pública como também em qualquer vivência relacionada à cultura corporal de movimento.

Esportes de aventura e o Meio Ambiente

Em oposição à vertente institucionalizada do esporte espetáculo em que preponderam as práticas mecanizadas, a eficácia do rendimento corporal e a produção de bens e serviços, os esportes de aventura buscam, segundo Costa (2000), resgatar os valores de beleza, auto-realização, liberdade, cooperação e solidariedade. É necessário, então, um olhar mais cuidadoso em relação à inserção dos esportes de aventura e as suas influências no cenário da cultura corporal de movimento.
O movimento esportivo institucional assume posição de destaque do ponto de vista social e exerce grande influência nas atividades escolares. Como um dos elementos que compõem a cultura corporal de movimento, o esporte coloca-se como objeto de estudo, tendo em vista as suas interfaces com o movimento ambientalista.
Da Costa (1997), ao analisar a Declaração do Rio de Janeiro como o resultado final da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, cita o princípio, da redução e eliminação de padrões de produção e consumo não-sustentáveis (p.23), no qual o desporto é colocado como um padrão, devido a sua crescente expansão, por vezes de forma não saudável à sociedade e freqüentemente, em desarmonia com a natureza.
De acordo com o autor, inúmeras discussões têm sido desencadeadas no meio desportivo, abrangendo as federações regionais, nacionais e, mesmo, o Comitê Olímpico Internacional, buscando encaminhamentos para a adequação à nova ordem, qual seja, a gestão de um desporto sustentável. Bento (1991, citado por Da Costa, 1997) constata que
"o cenário desportivo, impulsionado por uma primeira tendência de trazer o desporto do exterior para o interior, para o espaço fechado e coberto, é hoje marcado por uma segunda tendência, nomeadamente a de levar o desporto para o espaço aberto, para o ar livre, para o exterior, para a natureza" (p.61).
Tal tendência pode ser evidenciada pela crescente busca dos esportes de aventura, o que pode carregar valores que retratam uma nova dimensão do relacionamento homem-natureza.
A relação entre os esportes de aventura e os esportes tradicionais, pode conter grande potencial educacional. Costa (2000) constata que a opção por modalidades esportivas sob a ótica ambientalista tem como motivação a superação de obstáculos na busca do autoconhecimento, da auto-realização, da satisfação pessoal, nas quais são reintroduzidas as noções de jogo e de prazer, tais como a fantasia, o desejo, o sonho, o desafio e a vertigem.
O esporte de aventura, sobretudo aquele realizado junto à natureza, representa mais uma possibilidade de aproximação entre o indivíduo e o meio ambiente, devido à interação com os elementos naturais e as suas variações, como sol, vento, montanha, rios, vegetação densa ou desmatada, lua, chuva, tempestade, desencadeando atitudes de admiração, respeito e preservação. Seria ingênuo acreditar que o simples contato com a natureza fosse condição suficiente considerar o indivíduo como defensor do meio ambiente.
Tais temáticas são muito amplas e ultimamente vêm merecendo grande destaque, especialmente por parte da mídia, o que pode ser entendido como colaboração ou também como gerador de problemas. A pluralidade de idéias e de propostas práticas é fundamental para o debate educacional e para a consolidação da representatividade social da Educação Física.

Considerações finais

Aproximar três realidades, a Educação Física, o Meio Ambiente e a Escola, em constante processo de atualização e transformação, demanda cuidados e ousadia. São temáticas que isoladamente vêm merecendo um destaque significativo nos meios de comunicação de massa, o que também deve ser olhado com ressalvas.
Os temas relacionados à análise dos ciclos corporais e suas relações com os ciclos da natureza, as interferências climáticas, a disponibilidade e o estado de conservação dos espaços públicos e privados de esporte e lazer como também os espaços destinados às aulas de Educação Física, as relações que se constróem a partir da aproximação entre as temáticas da saúde e do meio ambiente, a análise crítica relacionada às propostas dos esportes de aventura como um estímulo à preservação do meio ambiente, configuram-se como propostas e encaminhamentos pedagógicos. Tais propostas bem como as sugestões de tratamento metodológico só se tornarão viáveis, se os profissionais apropriarem delas e as transformarem, tendo em vista a realidade onde se encontram.

Essas foram algumas maneira que encontramos onde os professores de educação física estão trabalhando o meio ambiente nas aulas de educação física nas escolas publicas e privadas.

Referências bibliográficas
· BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Apresentação dos Temas Transversais/ Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
· COSTA, V. L. de M. Esportes de aventura e risco na montanha: Um mergulho no imaginário. Barueri: Manole, 2000.
· DA COSTA, L. P. Environment and Sport: an international overview. Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto, Porto, Portugal, 1997.
· PALMA, A. Educação Física, corpo e saúde: uma reflexão sobre outros modos de olhar. . Revista Brasileira de Ciências do Esporte. n.2 v.22 p.23-39, 2001.
· PIGEAUSSOU, C. The various forms of environmentalist thinking within the field of sports activities: Fron the utopic to the realistic. In: DA COSTA, L. P. Environment and Sport: an international overview. Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto, Porto, Portugal, 1997a.
· Mutations du sport et de son environnement: Evolution ou revolution? D'une aproche pragmatique à une reflexion antropologique, perspectives francaises. In: DA COSTA, L. P. Environment and Sport: an international overview. Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto, Porto, Portugal, 1997b.

Mariane Ferreira e Richard Hepp

3 comentários:

  1. Oi, pessoal!

    Gostei muito desta postagem, principalmente porque estou me preparando para fazer um concurso público onde o tema da prova será o lazer e o meio-ambiente.
    Parabéns pelo texto!
    Paula Bianchi.

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  2. “Sou profissional da área e sei como é difícil ganhar bem no nosso mercado. Esse foi um dos motivos pelos quais eu me tornei um Consultor Bodygenics. É perfeito para mim, porque eu lucro fazendo algo que eu já fazia antes, ou seja, indicando os melhores suplementos e artigos de esportes e fitness para alunos e conhecidos. Não é à toa que é indicado pelo professor Gallo, professor Dilmar Guedes, Fernanda Keller, Gêmeas do nado, Isabella Toledo (nutricionista de seleções brasileiras de vôlei) e outros. Se quiserem dicas, falem comigo! Assistam o vídeo do negócio em
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    ou msn mr.floriano@hotmail.com
    www.bodynet.com.br/floriano

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  3. olá pessoal estou no estagio do 5 período de Educação Física, meu tema e Educação física e meio ambiente,preciso de algumas atividades para aplicar se alguém puder me ajudar agradeço. meu imail é giarolo@hotmail.com.
    valeu...

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